sexta-feira, 15 de julho de 2011

Psicoterapia Hipnótica Ericksoniana

Milton Erickson tinha uma visão muito particular a respeito da origem da cura na terapia e isso sem dúvida é um fator decisivo na caracterização da originalidade da sua abordagem terapêutica. Para ele a cura é resultado de um processo interno de reassociação e reorganização de idéias, compreensões e memórias...do próprio paciente. Para ele não é possível levar a cura de fora para dentro, ela vem SEMPRE de dentro para fora.

Num artigo de 1948, publicado na revista Clínica Médica da América do Norte, sob o título de "Hypnotic Psychotherapy", Milton Erickson explica que "a indução e a manutenção de um transe servem para fornecer um estado psicológico especial no qual os pacientes podem reassociar e reorganizar as suas complexidades psicológicas internas e utilizar suas próprias capacidades de uma forma que esteja de acordo com sua própria vida experiencial. Hipnose não muda as pessoas nem altera a sua vida passada experiencial. Serve para que eles possam aprender mais sobre si mesmas e como se expressar de mais adequadamente."

É muito interessante verificar que neste artigo ele tece algumas considerações interessantes a respeito do uso da sugestão direta, normalmente usada na hipnose clássica. Segundo ele o uso da sugestão direta parte da premissa que o que quer se desenvolva na hipnose deriva das sugestões dadas. Isto implica em acreditar que o hipnoterapeuta possui poderes (milagrosos) de produzir mudanças terapêuticas no paciente e desconsidera o fato que a terapia é resultado de uma re-síntese interna do próprio paciente, alcançada por ele mesmo. Milton Erickson reconhece que sugestões diretas podem causar uma alteração no comportamento do paciente e resultar numa "cura" sintomática, ao menos temporariamente, mas por não envolver um processo de reassociação interna não é verdadeiramente uma cura e sim mera resposta comportamental à sugestão.

Em outras palavras, a psicoterapia hipnótica é um processo de aprendizado para o paciente, um procedimento de reeducação e, portanto, resultados efetivos só são alcançados na hipnoterapia pelas atividades do próprio paciente. O terapeuta apenas estimula o paciente a iniciar uma atividade, freqüentemente sem saber que atividade será, e então guia o paciente e exercita o julgamento clínico para determinar a quantidade de trabalho que deve ser feito para se adquirir um determinado resultado. Guiar e julgar constitui trabalho do terapeuta enquanto a tarefa do paciente é aprender através de seus próprios esforços a entender sua vida de uma nova maneira. Tal reeducação acontece necessariamente em termos das experiências de vida do paciente, suas compreensões, memórias, atitudes e idéias e não a partir das idéias e opiniões do terapeuta.

Em um outro artigo intitulado "Burden of Responsibility in Effective Psychotherapy" (o fardo da responsabilidade em psicoterapia eficaz) Milton Erickson mostra claramente com quem está a responsabilidade no tratamento: "Utilizar a hipnose como uma técnica que, de forma deliberada e intencional muda para os pacientes o fardo da responsabilidade pelos resultados terapêuticos e os faz afirmar e confirmar de maneira enfática e repetitiva em suas próprias formulações de pensamento e suas próprias verbalizações de seus próprios desejos, necessidades e intenções no nível de sua própria atividade mental inconsciente, faz com que os objetivos terapêuticos se tornem os objetivos do próprio paciente, não apenas aqueles oferecidos pelo terapeuta que está sendo consultado. Não é verdade que este procedimento é sempre bem sucedido. Há muitos pacientes que querem terapia, mas não a aceitam até estarem adequadamente motivados. Existem outros pacientes cujo objetivo é procurar terapia sem nunca a aceitá-la. Para este tipo de paciente a hipnoterapia falha tanto quanto as outras formas de terapia".

Esta é a visão da hipnoterapia ericksoniana!

Faça seu comentário, manifeste sua dúvida, teremos prazer em responder.


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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Hipnose e Medo de Agulhas

Tá certo, eu concordo, a idéia de tomar uma agulhada não agrada a ninguém...seja para vacina, injeção de medicamento, anestesia no dentista ou para retirar sangue, não tem quem diga que tomar uma agulhada é uma coisa super legal! Mas, por outro lado, tem gente que passa MUITO mal com a simples idéia de que terá que tomar uma injeção.

O termo técnico para este medo exagerado de agulhas é Aicmofobia (ou Tripanofobia se restrito a injeções) e a pessoa que sofre com este mal, ao se defrontar com a situação fóbica, tem sintomas que vão desde uma leve ansiedade ao pânico absoluto. Alguns trabalhos apontam que entre 10 e 20% da população adulta mundial são acometidos, em algum grau, por este transtorno e há quem acredite que este número seja ainda maior.

A fobia de agulhas geralmente tem origem em experiências pessoais traumáticas ou pode também ser adquirida por meio de relatos e/ou comportamentos observados de outras pessoas (mãe, pai, irmão, etc). Independente da causa, o fato é que, mesmo para as pessoas mais saudáveis, ocasionalmente é necessário enfrentar uma agulha e, considerando que o medo é uma das experiências mais debilitantes e agonizantes das experiências emocionais humanas, não é nada fácil para quem sofre deste transtorno.

Por conta disso, várias pesquisas são feitas para verificar a eficácia de técnicas psicológicas para superar ou amenizar este tipo de fobia...é claro que uma delas é a hipnose!

Como os leitores deste Blog já devem ter percebido, independente dos resultados positivos que observo com os meus pacientes, gosto de citar e considero importante comentar alguns dados de pesquisas que dão o suporte necessário para o uso da hipnose.

Na literatura científica encontramos alguns relatos de caso onde a hipnose foi usada com sucesso tanto em adultos (Medd 2001) como em crianças (Cyna 2007) para o tratamento da fobia de agulhas.

Em 2008 foi publicado na Revista de Psicologia Pediátrica (Uman 2008) um trabalho de revisão sistemática que analisou uma grande variedade de intervenções psicológicas usadas para o manejo da dor e da ansiedade em crianças e adolescentes submetidos a procedimentos com agulhas. Ao todo, as 28 pesquisas analisadas envolveram 1990 participantes e os autores verificaram uma alta relação entre o uso da hipnose e a diminuição da dor e ansiedade antes e durante os procedimentos com agulhas, concluindo então que há evidência suficiente para a utilização há hipnose neste tipo de situação.

Mais recentemente foi publicado um estudo clínico randomizado feito na Grécia (Liossi 2009) em que os autores verificaram a eficácia da auto-hipnose na redução da dor e da ansiedade relacionadas à punção venosa em 45 pacientes da ala oncológica do Hospital das Crianças em Atenas. Além de utilizar o auto-relato de ansiedade, os autores basearam as avaliações em relatos feitos por observadores que acompanhavam os procedimentos e registravam as reações das crianças. Também foi avaliada a ansiedade dos pais que acompanhavam o procedimento. Os resultados mostraram que os pacientes do grupo de hipnose relataram menos ansiedade antecipatória e menos dor e ansiedade durante o procedimento. Além disso estes pacientes foram classificados pelos observadores como tendo demonstrado menos sofrimento durante o procedimento. Os pais cujos filhos estavam no grupo que recebeu a hipnose também relataram menos ansiedade durante o procedimento de seus filhos. Os autores observaram ainda que os benefícios terapêuticos da intervenção hipnótica foi mantido nas consultas de acompanhamento.
Eu considero este trabalho particularmente importante porque além de ser um estudo clínico randomizado ele foi realizado num cenário médico real com um procedimento rápido e que ensinou a criança a fazer a auto-hipnose, o que dá a ela uma autonomia com a possibilidade de continuar usando o método sempre que precisar.

Se é algo tão simples e com resultados tão bons porque não é utilizado como rotina?

Boa pergunta...deixo você examinar o assunto para chegar na resposta, que talvez comece com "pre" e termine com "conceito".

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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Uma visão ericksoniana da cura no transe hipnótico

Milton Erickson acreditava que o estado de transe é um estado de aprendizado ativo num nível inconsciente, ou seja um estado onde o aprendizado acontece sem a interferência da mente consciente. O transe hipnótico é, portanto, uma condição onde os preconceitos habituais e distrações da consciência são minimizados, de modo que um novo aprendizado possa ocorrer de forma mais eficiente.

Ernest Rossi, um dos discípulos de Milton Erickson e um dos grandes nomes da hipnoterapia atual, observa que este ponto de vista é totalmente consistente com o que se sabe hoje sobre o processo criativo em geral, em que se reconhece que a consciência é apenas uma estação de recepção para as novas combinações do processo criativo, que de fato ocorrem em um nível inconsciente.

Essa visão é também consistente com as abordagens iniciais da hipnoterapia usadas por Liebeault, Bernheim e Braid, que às vezes colocavam pacientes em transe por um período de tempo e depois os "acordavam" sem fazer nenhum tipo de sugestão direta sobre a terapia, e a cura acontecia mesmo assim. Pode-se inferir que a atmosfera de cura que envolvia esses processos, juntamente com o sistema de crenças daquela época, funcionavam como sugestões indiretas e não-verbais para colocar em movimento, dentro de seus pacientes, processos criativos autônomos que efetuavam a "cura".

Para Erickson um paciente é um paciente por causa de processos mentais equivocados e perspectivas limitadas de referência. Em sua terapia ele procura continuamente romper estas limitações rígidas para iniciar um estado de fluxo mental que pode liberar o potencial criativo do paciente. Portanto, as técnicas da abordagem ericksoniana tem como um dos principais objetivos despotencializar as limitações da mente consciente no sentido de facilitar a solução de problemas e a criatividade.

Ernest Rossi diz que o homem do século 20 é "aleijado" por um sistema materialista de crenças excessivamente racionalistas que tendem a rebaixar o funcionamento desses processos terapêuticos autônomos. Segundo ele, o homem moderno tem uma consciência arrogante que acredita que pode resolver e realizar tudo em um nível consciente e voluntário. São justamente estes esforços voluntários que freqüentemente ficam no caminho dos processos de cura natural.

É para lidar com esses esforços equivocados da mente consciente que Milton Erickson desenvolveu abordagens indiretas, que ocupam a mente consciente do paciente enquanto a mente inconsciente tem a oportunidade de criar novas soluções e estratégias para lidar com a vida. Todo o processo de indução de transe ericksoniano é projetado para relaxar os modelos rígidos da consciência habitual e permitir novos aprendizados internos, gerados pela mente inconsciente, e assim chegar no objetivo terapêutico.

"...e minha voz irá contigo e se transformará na voz da chuva e do vento..." (Milton H. Erickson)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Entrevista do meu amigo, Dr. Paulo Evangelista sobre Hipnose

Entrevista esclarecedora do Dr. Paulo Evangelista, de Porto Alegre, sobre a utilização clínica da hipnose.

Recomendo uma visita ao site do colega, que tem um sério trabalho na área: http://www.pauloevangelista.com.br

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Como acontece a Hipnose Ericksoniana?

Um dia desses uma amiga me disse algo assim: "Rodrigo, mesmo sabendo dos resultados positivos ainda não consigo compreender como funciona a hipnose ericksoniana. Você lê algum texto para o paciente? Você faz algumas afirmações a respeito do que a pessoa está querendo tratar?". Achei que seria interessante escrever um artigo a respeito disso para as pessoas que não conhecem a técnica terem uma idéia melhor de como ela acontece na prática.


A idéia que geralmente as pessoas têm de hipnose é a de que o hipnoterapeuta irá colocar a pessoa em transe e em seguida dar as instruções relacionadas à terapia desejada. Esta imagem está muito relacionada à hipnose clássica que trabalha sempre com um processo que envolve uma indução formal de transe (um estado em que o paciente fica de olhos fechados e focado em processos internos) seguida de uma fase terapêutica, onde são transmitidas algumas "instruções" de como o paciente irá se comportar dali em diante. Nesta abordagem, tanto o processo de indução como o terapêutico são normalmente muito direcionados. O hipnoterapeuta diz ao paciente o que ele está experimentando ("suas pálpebras estão ficando pesadas") e como ele deverá se comportar ("você não terá mais vontade de fumar"). É comum os hipnoterapeutas clássicos se utilizarem de roteiros escritos com o que será dito tanto na fase de indução como na fase terapêutica.

Na hipnose ericksoniana nem sempre se faz uma indução formal de transe. Em algumas situações o processo terapêutico acontece durante uma conversa, aparentemente normal. Isso porque Milton Erickson percebeu que o estado de transe faz parte do repertório natural das pessoas, isto é, as pessoas entram e saem de transes a todo o momento. Portanto, o processo terapêutico da hipnose pode acontecer durante uma conversa em que, por meio de associações de idéias e sugestões utilizadas pelo hipnoterapeuta, o paciente pode ter acesso a recursos internos que serão utilizados para lidar com o problema em questão.

Mesmo quando se faz uma indução formal de transe, é menos comum na hipnoterapia ericksoniana dizer ao paciente o que ele vai sentir, ou como deverá se comportar, ou seja ela não é direcionada pelo terapeuta como a hipnose clássica. Trabalha-se com possibilidades: "talvez você sinta que as suas pálpebras estão ficando diferentes", "e você poderá perceber algumas mudanças no seu pensamento", etc. Além disso, na hipnose ericksoniana não se faz uso de roteiros pré-escritos. Cada indução é individualmente elaborada de acordo com o paciente e com o que está acontecendo naquele momento. O hipnoterapeuta acompanha o que o paciente está experimentando e conduz o processo de maneira a adequar o que é dito com o que está acontecendo, utilizando na indução o que acontece durante o processo.

Milton Erickson raramente abordava o problema do paciente de uma forma direta. Segundo ele, isso evita o surgimento de resistências à terapia. Era muito comum ele contar uma história, uma piada, ou falar de um assunto que parecia que não tinha nada a ver com o que o paciente queria resolver e, com o passar dos dias, o paciente percebia que o problema estava resolvido.

Portanto, a hipnoterapia ericksoniana acontece por meio de conversas entre o paciente e o terapeuta. Nessas conversas estão envolvidas formas muito especiais de comunicação que despertam processos internos de mobilização de recursos no sentido de buscar a solução do problema apresentado. Esta comunicação pode envolver a indução de um transe formal, em que o paciente reduz sua percepção periférica e fica mais focado internamente, enquanto o hipnoterapeuta faz as sugestões que considera mais adequadas para alcançar o objetivo desejado. Essas sugestões, no caso da hipnose ericksoniana, são geralmente indiretas, na forma de metáforas, histórias, analogias, etc. e auxiliam o acesso a recursos e processos inconscientes que serão utilizados para alcançar o objetivo da terapia.

É isso! Se você ainda tem dúvidas, faça uma pergunta nos comentários do blog ou por meio do contato do site...terei prazer em responder!

(a foto neste artigo mostra o Dr. Milton Erickson durante uma sessão)

domingo, 12 de junho de 2011

Hipnoterapia, Hipnose e Regressão

Algumas pessoas confundem hipnose com hipnoterapia e considero muito importante que seja feita uma distinção clara entre as duas coisas.

A hipnose pode ser considerada um estado especial de consciência ligado a um profundo relaxamento, foco concentrado e sugestibilidade aumentada. Portanto a hipnose em si não é terapia. Há uma grande diferença entre o ato de hipnotizar alguém (hipnose) e as mudanças que podem acontecer com a ajuda de um hipnoterapeuta qualificado (hipnoterapia).



A hipnose, segundo o Dr. Milton H. Erickson, é um tipo de comportamento especial, mas normal, que acontece quando a atenção e os processos do pensamento são dirigidos para as aprendizagens experienciais adquiridas durante a vida do indivíduo. Neste estado especial de consciência chamado hipnose vários comportamentos do dia-a-dia podem se manifestar, em diferentes graus, mas sempre dentro dos limites normais. Segundo Erickson “na hipnose não se adquire super poderes nem tampouco novas habilidades, o que acontece é um melhor aproveitamento das habilidades que a pessoa já possuía, ainda que essas habilidades não fossem previamente reconhecidas”.

O trabalho hipnótico facilita a descoberta de novas opções na vida e a quebra de padrões de sentimentos e comportamento indesejáveis.

Quando se usa a hipnose para tratar um problema físico ou psicológico, chamamos o processo de hipnose clínica ou de hipnoterapia.

É importante também diferenciar:
Hipnotizador: pessoa sem formação na área de saúde ou que hipnotiza para fins de entretenimento
Hipnoterapeuta: pessoa com formação na área de saúde e que utiliza a hipnose com fins terapêuticos. (Algumas pessoas preferem usar o termo Hipnólogo)

Outra confusão muito comum é pensar que Hipnoterapia é o mesmo que Terapia de Vidas Passadas ou Regressão.

A hipnose é um instrumento terapêutico que resulta em um estado de atenção altamente focada, com redução da consciência periférica e uma capacidade aumentada de resposta às pistas sociais. O procedimento de hipnose consiste em uma indução, que coloca o paciente no estado de transe, e, em seguida sugestões são feitas ao paciente para ajudar a alcançar os objetivos da sessão.

De maneira simplista, a hipnose pode ser considerada um estado ou condição que ocorre quando sugestões apropriadas provocam distorções na percepção, memória e/ou humor. Entre as distorções de percepção possíveis, numa sessão de hipnoterapia, o paciente pode vivenciar a sensação de regressão do tempo mas esta sensação pode acontecer por meio da imaginação criativa, o que significa que nem todas as experiências regressivas vividas durante um transe hipnótico são provindos exclusivamente daquilo que foi vivido pelo paciente. Ou seja, hipnose não é regressão e, embora processos regressivos possam ser usados como instrumento durante a hipnoterapia, eles não são considerados necessariamente como regressões reais provindas da memória do paciente.

A hipnose pode ser utilizada:
Na Psicologia: tabagismo, emagrecimento, fobias, depressão, ansiedade, problemas sexuais, alcoolismo, problemas de fala, dores crônicas, auto-estima e fortalecimento do ego e melhoras na concentração ou memória.
Na Medicina: psiquiatria, anestesia e cirurgia, doenças psicossomáticas, ginecologia e obstetrícia (parto), controle de sangramento, tratamento de queimaduras, dermatologia, pediatria (xixi na cama, pesadelos, timidez e inadaptação), controle da dor, controle de vícios.
Na Odontologia: medo de ir ao dentista, controle da dor e desconforto, bruxismo, controle de sangramento, controle da salivação excessiva.

sábado, 4 de junho de 2011

Hipnose para ansiedade e depressão

Trecho da entrevista com o Dr. Brent Geary em que ele fala do uso da Hipnose para Transtornos de Ansiedade e Depressão.





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sábado, 28 de maio de 2011

A Utilização da Hipnose na Gestação e no Parto


O parto é, sem dúvida, um dos momentos mais importantes na vida de uma mulher. Entretanto, para muitas mulheres gestantes a aproximação deste momento gera ansiedade e medo relacionados, entre outras coisas, a segurança e saúde do bebê e à expectativa de dor.


O medo, a ansiedade e sentimentos de perda de controle desempenham um papel importante na incidência e intensidade da dor durante o parto e aumentam o risco de um estresse pós-traumático e de depressão pós-parto.

A hipnoterapia tem sido utilizada durante a gravidez e o parto por mais de um século e é considerada uma das aplicações mais úteis e gratificantes da hipnose. Na literatura científica existem diversas evidências demonstrando a eficácia desta intervenção psicológica em proporcionar analgesia e reduzir a ansiedade em torno de situações cirúrgicas e operatórias.

Trabalhos recentes com a utilização de tomografia por emissão de pósitrons (PET) tem trazido uma maior compreensão das alterações neurofisiológicas que ocorrem durante a analgesia induzida pela hipnose. Uma das regiões afetadas na modulação hipnótica da dor é o giro cingulado anterior. A interpretação emocional de sensações parece ser inibida pela supressão da atividade neural entre o córtex sensorial e a amígdala (neste caso órgão do sistema nervoso central e não aquela que fica na garganta). Ou seja, a hipnose tem um efeito significativo justamente no componente afetivo da dor.

Potencialmente, a hipnose poderia ser usada sozinha para alívio da dor durante a parto, na prática, porém, é melhor ter a hipnose como um adjunto para facilitar e melhorar a ação de outros analgésicos. Artigos de revisão sistemática sugerem que gestantes que utilizam técnicas de hipnose no parto têm menor necessidade de analgesia farmacológica e maiores chances de parto natural.

O que é interessante é que, ao contrário do que se pensa, o profissional hipnólogo não precisa estar presente no momento do parto para hipnotizar a gestante. Os protocolos mais comuns recomendam a utilização de 4 a 6 sessões de hipnose a partir da 30ª semana de gestação. Nestas sessões a futura mamãe aprende técnicas de auto-hipnose e recebe sugestões pós-hipnóticas que terão o efeito desejado no momento necessário antes, durante e depois do parto.

Atualmente estão acontecendo duas grandes pesquisas no Reino Unido e na Austrália, apoiadas pelo sistema nacional de saúde destes países e que, acredito, vêm confirmar tudo o que já sabemos e acrescentar evidências definitivas da eficácia e recomendação do uso da hipnose durante a gestação e no parto.

As futuras mamães que quiserem esclarecer dúvidas a respeito do assunto utilizem o nosso formulário de contato que teremos prazer em esclarecer!



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sábado, 21 de maio de 2011

Hipnose - o que é e o que não é hipnose

Trecho do Curso "Hipnose em Odontologia" Ministrado pelo Prof. Dr. Rodrigo Murrer na XIX Jornada Odontológica de Anápolis, em novembro de 2010.




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sábado, 14 de maio de 2011

Hipnose nos Esportes


Algumas pessoas me perguntam se a hipnose pode ser usada para melhorar o desempenho em atividades esportivas. Quem já assistiu algum curso meu sobre o assunto sabe que não gosto de transformar a hipnose no "emplastro Brás Cubas", ou seja em remédio milagroso que serve para tudo. Uso e recomendo a hipnose para situações em que existe evidência científica de que pode ser útil.

Posto isto, a resposta breve para a pergunta é: Sim, é possível melhorar o desempenho nos esportes por meio de sessões de hipnose. Mas convido você a ler o restante do artigo e, conhecendo um pouco mais sobre o assunto, entender em que baseio a minha resposta.

Começarei falando do mais recente trabalho publicado a respeito do assunto: No mês de abril deste ano (2011) a revista Journal of Sport and Exercise Psychology publicou uma pesquisa conduzida na Universidade de Staffordshire que avaliou os efeitos da hipnose na auto avaliação e no desempenho de 59 jogadores de futebol na tarefa de acertar chutes em áreas demarcadas em uma parede. Os resultados mostraram um desempenho superior dos jogadores que fizeram as sessões de hipnose em relação ao grupo controle. O interessante deste estudo é que foi feito um acompanhamento depois de quatro semanas após a primeira avaliação para verificar se os efeitos eram duradouros e os mesmos jogadores ao se submeterem novamente ao teste tiveram resultados semelhantes.

Além deste, existem outros trabalhos que verificaram aumento de desempenho em praticantes de basquete, golfe, arco e flecha, alpinismo, judô, boliche, cricket...pra quem quiser uma lista de referências de artigos pode clicar AQUI.

Na última olimpíada pelo menos 2 medalhistas atribuíram o bom desempenho à utilização da hipnose...

Talvez você se pergunte: Então, por que a hipnose não é mais usada no esporte? Infelizmente acredito que ainda exista um preconceito muito grande a respeito da técnica, que ainda é associada a hipnose de palco (aquela que você vê na televisão, em que algumas pessoas fazem papel de bobo). Mas acredito que aos poucos, com o aumento das pesquisas e das pessoas que trabalham com seriedade, haja também um aumento da compreensão do processo e dos benefícios que podem ser conseguidos e com isso a hipnose seja acrescentada à caixa de ferramentas de técnicos e esportistas como mais recurso útil no aumento de rendimento e performance.

Quem sabe um dia desses eu ofereço os meus serviços para o técnico do Palmeiras e assim ajudo o meu verdão a ganhar alguma coisa...rs

Abraço!

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sábado, 7 de maio de 2011

Rodrigo Murrer entrevista o Dr. Brent Geary sobre Hipnose Ericksoniana

Em 2010 o Instituto Crescente trouxe ao Brasil o Dr. Brent Geary para dar um workshop de 5 dias sobre Hipnose Ericksoniana.

O Dr. Geary é o coordenador da área educacional da Fundação Milton Erickson, em Phoenix-AZ.

Após o workshop o Dr. Rodrigo Murrer, do Instituto Crescente, entrevistou o Dr. Geary.

Nesta entrevista o Dr. Geary fala sobre sua experiência com a Hipnose Ericksoniana e sobre a
utilidade terapêutica desta técnica.







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sábado, 30 de abril de 2011

Hipnose e Medo de Dentista


Você tem ou já ouviu falar de alguém que tem medo de dentista?

Este tema é motivo de piada para alguns mas não tem a menor graça para milhares de pessoas no mundo inteiro que sofrem com este problema.

O medo é uma das mais debilitantes e agonizantes experiências emocionais humanas e, no caso do medo de dentista, as conseqüências negativas causadas alcançam vários aspectos da vida do paciente.

O impacto mais direto está na deterioração da saúde bucal, pois a pessoa que tem medo de dentista evita o tratamento odontológico, o que resulta num aumento da complexidade do tratamento necessário e da chance de, quando finalmente o paciente resolver procurar tratamento, ele experimentar desconforto e dor durante os procedimentos, o que reforça o medo e aumenta a evitação futura do tratamento, gerando um círculo vicioso.

O estresse que é vivenciado pelo paciente aumenta o medo, o desconforto e a percepção da dor durante o tratamento, diminuindo a capacidade do paciente em colaborar com o tratamento, tornando-o mais difícil, causando perda de tempo e estresse da equipe e colocando em risco a qualidade dos procedimentos executados.

Além disso, os medos, particularmente os crônicos, causam perturbações e limitações no decorrer do tempo e podem interferir com o crescimento e desenvolvimento do individuo, minando o funcionamento da personalidade e aumentando a vulnerabilidade a outras psicopatologias. O impacto psicossocial do medo de dentista é bem documentado na literatura científica com efeitos cognitivos, psicológicos, comportamentais e sociais.

É crescente o corpo de evidências científicas de que a hipnose pode ser um adjunto útil em procedimentos clínicos na área médica e também odontológica.

Os efeitos operatórios positivos da hipnose incluem: sedação, redução do medo e da ansiedade, inibição das atividades motoras, relaxamento, analgesia e anestesia com conseqüente aumento da tolerância em relação às demandas físicas e psicológicas dos procedimentos cirúrgicos.

No Hospital da Universidade de Liége (Bélgica), por exemplo, a técnica tem sido utilizada com sucesso em mais de 1.800 intervenções cirúrgicas desde 1992. Estes trabalhos mostram que a hipnose fornece melhor alívio da ansiedade e da dor peri-operatória, permite reduções significativas nas solicitações de medicação e melhora a satisfação do paciente e condições cirúrgicas em comparação com técnicas psicológicas convencionais de redução de estresse utilizadas em pacientes recebendo sedação consciente para a cirurgia plástica.

Pesquisas
no Hospital Monte Sinai, da Faculdade de Medicina de Nova York, mostram que a hipnose diminui a dor, náusea, fadiga, desconforto e perturbação emocional de pacientes que fazem cirurgia de câncer de mama.

A pergunta é: a hipnose pode ajudar os pacientes que tem medo de dentista?

A resposta é: sim, não só o medo de dentista mas também o medo e ansiedade de procedimentos clínicos e cirúrgicos...aliás a hipnose é muito útil com fobias em geral, mas esta é outro assunto, para um outro post.


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