terça-feira, 1 de maio de 2012


Em dezembro de 2011 estive novamente em Phoenix-AZ para participar do XI Congresso Internacional de Abordagens Ericksonianas de Hipnose e Psicoterapia.

Durante o período que estive lá tive contato com os grandes nomes da Hipnose Ericksoniana. Uma dessas pessoas foi a filha do Dr. Milton H. Erickson, a Dra. Roxanna Erickson-Klein, que me convidou a conhecer a casa onde eles moravam e onde o Dr. Erickson mantinha seu consultório.


A Dra. Roxanna me concedeu uma entrevista que foi gravada no consultório onde o Dr. Erickson atendia seus pacientes e nela a Dra. Roxanna fala sobre a Hipnose Ericksoniana e sobre as contribuições do seu pai para o campo da psicoterapia.



 


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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Psicoterapia Hipnótica Ericksoniana

Milton Erickson tinha uma visão muito particular a respeito da origem da cura na terapia e isso sem dúvida é um fator decisivo na caracterização da originalidade da sua abordagem terapêutica. Para ele a cura é resultado de um processo interno de reassociação e reorganização de idéias, compreensões e memórias...do próprio paciente. Para ele não é possível levar a cura de fora para dentro, ela vem SEMPRE de dentro para fora.

Num artigo de 1948, publicado na revista Clínica Médica da América do Norte, sob o título de "Hypnotic Psychotherapy", Milton Erickson explica que "a indução e a manutenção de um transe servem para fornecer um estado psicológico especial no qual os pacientes podem reassociar e reorganizar as suas complexidades psicológicas internas e utilizar suas próprias capacidades de uma forma que esteja de acordo com sua própria vida experiencial. Hipnose não muda as pessoas nem altera a sua vida passada experiencial. Serve para que eles possam aprender mais sobre si mesmas e como se expressar de mais adequadamente."

É muito interessante verificar que neste artigo ele tece algumas considerações interessantes a respeito do uso da sugestão direta, normalmente usada na hipnose clássica. Segundo ele o uso da sugestão direta parte da premissa que o que quer se desenvolva na hipnose deriva das sugestões dadas. Isto implica em acreditar que o hipnoterapeuta possui poderes (milagrosos) de produzir mudanças terapêuticas no paciente e desconsidera o fato que a terapia é resultado de uma re-síntese interna do próprio paciente, alcançada por ele mesmo. Milton Erickson reconhece que sugestões diretas podem causar uma alteração no comportamento do paciente e resultar numa "cura" sintomática, ao menos temporariamente, mas por não envolver um processo de reassociação interna não é verdadeiramente uma cura e sim mera resposta comportamental à sugestão.

Em outras palavras, a psicoterapia hipnótica é um processo de aprendizado para o paciente, um procedimento de reeducação e, portanto, resultados efetivos só são alcançados na hipnoterapia pelas atividades do próprio paciente. O terapeuta apenas estimula o paciente a iniciar uma atividade, freqüentemente sem saber que atividade será, e então guia o paciente e exercita o julgamento clínico para determinar a quantidade de trabalho que deve ser feito para se adquirir um determinado resultado. Guiar e julgar constitui trabalho do terapeuta enquanto a tarefa do paciente é aprender através de seus próprios esforços a entender sua vida de uma nova maneira. Tal reeducação acontece necessariamente em termos das experiências de vida do paciente, suas compreensões, memórias, atitudes e idéias e não a partir das idéias e opiniões do terapeuta.

Em um outro artigo intitulado "Burden of Responsibility in Effective Psychotherapy" (o fardo da responsabilidade em psicoterapia eficaz) Milton Erickson mostra claramente com quem está a responsabilidade no tratamento: "Utilizar a hipnose como uma técnica que, de forma deliberada e intencional muda para os pacientes o fardo da responsabilidade pelos resultados terapêuticos e os faz afirmar e confirmar de maneira enfática e repetitiva em suas próprias formulações de pensamento e suas próprias verbalizações de seus próprios desejos, necessidades e intenções no nível de sua própria atividade mental inconsciente, faz com que os objetivos terapêuticos se tornem os objetivos do próprio paciente, não apenas aqueles oferecidos pelo terapeuta que está sendo consultado. Não é verdade que este procedimento é sempre bem sucedido. Há muitos pacientes que querem terapia, mas não a aceitam até estarem adequadamente motivados. Existem outros pacientes cujo objetivo é procurar terapia sem nunca a aceitá-la. Para este tipo de paciente a hipnoterapia falha tanto quanto as outras formas de terapia".

Esta é a visão da hipnoterapia ericksoniana!

Faça seu comentário, manifeste sua dúvida, teremos prazer em responder.


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